relacionamento: uma experiência em primeira mão do que é ser vulnerável

 



      23.01.24


o que você quer de verdade? minha psicóloga, certa vez me fez essa pergunta. nunca me esqueci. 

 

 eu quero uma relação com alguém que queira dividir a vida de verdade comigo. com liberdade, com maturidade, mas com vontade. eu achava que isso era uma idealização quase doida. tipo querer um unicórnio de Natal. no entanto, mapear nossos desejos é um jeito de se conhecer e se entender, ainda que não se concretizem da maneira que esperamos. ou de monitorar nossa rota na vida. estou no caminho certo? você deve se perguntar isso, porque isso é ser responsável com o próprio percurso. é ser aberto e maduro o suficiente para reajustá-lo. todos os dias eu me pergunto se estou em direção a um rumo congruente.

         ano passado eu pude abrir meus horizontes. o universo resolveu me surpreender com novos preceitos. eu entrei em um relacionamento. uma experiência em primeira mão do que é ser vulnerável. não quer dizer que ele vai ser o mais especial da minha vida. esse, é um lugar reservado ao meu futuro marido. se de fato isso for acontecer. e veja, isso não é ser pessimista, é ser realista. a pessoa certa é a que fica. ponto final. e eu ainda não sei de nada. por isso estou aqui, no presente, vivendo essa relação ao máximo. significa que aprendi nestes meses a lidar com o emocional de maneira racional. no começo tudo é muito bom, pois é quando tudo é muito novo e as pessoas tentam mostrar apenas seu melhor lado. no começo você fantasia e já quer tomar aquela pessoa como "a certa". no início de um relacionamento nos deixamos envolver por uma aura de encanto e fantasia.

é nesse período que há a tendência a focar nas semelhanças, nos interesses compartilhados e nas qualidades do parceiro. é uma idealização que cria uma espécie de ilusão, onde enxergamos as características positivas e ignoramos ou minimizamos os aspectos menos favoráveis do outro. no entanto, à medida que o relacionamento avança e a convivência se intensifica, a realidade começa a se revelar. descobrimos que a pessoa com quem estamos envolvidos é tão humana quanto nós, com suas próprias imperfeições, complexidades e peculiaridade. aceitar esse lado de primeira é um balde de água fria, mas essa fase é crucial para o crescimento do relacionamento, pois é quando começamos a enxergar a individualidade do parceiro e a compreender que ninguém é perfeito. é quando o amor nasce. os livros definem o conceito de amor como uma emoção mais profunda, mas as emoções passam. a paixão é emoção, o amor é razão. vejo dessa forma. o amor tem interesse em conhecer o companheiro, estar com ele, querer ajudá-lo, cuidá-lo. ou seja, o amor tem apego emocional. é o desejo de promover bem-estar. é ser vulnerável.

atualmente a narrativa é outra. e ainda bem. 2023 para mim passou muito rápido. provavelmente nunca tinha vivido dia após dia como nesse ano. muitas coisas novas aconteceram. e era dezembro poucos dias atrás. o mês luminoso e acolhedor do Natal. no momento, meu relacionamento tem pouco tempo, mas não é como se tivesse começado ontem. é uma coisa versátil no fim das contas, porque a quantidade de tempo é vivida de maneira diferente em cada relacionamento. não sei se as coisas correram de maneira mais rápida para mim, mas sei que neste pouco tempo, dei uns passos para a frente e outros para trás em relação a isso. normal. e a ideia de pessoa certa acabou para mim. existem coisas na vida que você só irá acreditar se de fato acontecerem com você. pode ser esse o meu motivo para buscar viver tão racionalmente. eu superei inseguranças. e me reinventei sozinha. ressignifiquei situações e fui atrás de aprimorá-las em nome do relacionamento. ou pelo menos estou tentando.

hoje, algumas semanas após o início de um novo ano e de uma nova etapa, uma nova série de vivências, eu sei dizer o que é amor. sei enxergá-lo. no entanto, ainda tenho questões presas em âncoras de pensamentos. são os medos. então imagino minha psicóloga em sua poltrona bem na minha frente. ela usa o seu salto de oncinha pontiagudo: o favorito dela. lembro-me de ela compartilhar que gostava muito de estampas. assim, ela me olha e diz: “do que você tem medo, nesse caso?” 

bem...isso é assunto para outro texto.










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